Conheça a Radical – A filosofia do punk: mais do que barulho

Falamos um pouco sobre o primeiro título publicado pela Radical Livros no post anterior. Neste, vamos aproveitar o seu programado relançamento futuro para falar um pouco mais a respeito do livro e dos motivos que nos levaram a publicá-lo em português no Brasil.

Vinte anos depois de sua publicação em português, o que dizer a respeito desse livro?

Antes de mais nada, que ele é diferente de quase tudo o que se publicou a respeito do tema desde que o punk surgiu em meados dos anos 1970.

Ao contrário de grande parte da literatura produzida sobre cultura, em geral, e música, em particular, que costuma derivar de trabalhos acadêmicos, A filosofia do punk: mais do que barulho é um livro escrito por um punk estadunidense participante do movimento (ou cena), como se costuma dizer.

Aqui, uma primeira pista a respeito desse fenômeno estético-político com mais de meio século de existência: vendo-se de alguma maneira organizado como um movimento, como classificar essa pretendida ação?

Parte ilusão, parte realidade, a cultura do subgrupo social formado por punks e assemelhados de fato inclui atividades que podem se constituir como estando em direção a algum tipo de transformação, por mais limitada e local que esta possa ser.

Isso posto, um olhar retrospectivo para a energia que animava os primeiros revoltosos a se utilizarem da música como meio de expressão logo se dará conta de que boa parte daquela chama se apagou. Aos poucos, amalgamada com a indústria cultural das décadas neoliberais que se seguiriam ao fracasso da tentativa de transformação social dos anos 1960/1970, o que era tragédia converteu-se em farsa. 

Mesmo assim, seria injusto atribuir à cultura punk toda a responsabilidade por aquele fracasso. Sua contribuição era, no mais das vezes, lateral e muito raramente, de fato, política.

Hoje, esse espírito sobrevive de modo muito tênue no circuito “cultural”, até mesmo por que ele é raro em qualquer grupo que se pretenda político, e ainda mais apagado no restante do meio social. Em certo sentido, é essa a nossa tragédia atual: não há qualquer sinal de algo que nos motive a lutar por uma transformação real do estado das coisas.

Há 20 anos, no entanto, ainda não sabíamos disso, e as ilusões do início do século 21 nos permitiam sonhar com um outro mundo possível. De lá pra cá, só piorou, claro. Ainda assim, é preciso continuar, de alguma forma, a lutar. Parte dessa luta, ou boa parte dela, de acordo com o recente fascínio por tudo que diga respeito a Gramsci, citado até mesmo pelos mais desqualificado dos desqualificados…, ainda é cultural e, nesse sentido, tudo que de alguma forma nos leve a refletir sobre um fenômeno como o punk – sem contar sua inegável importância estética – vale a pena (literalmente em se tratando de um livro).

Inicialmente, A filosofia do punk: mais do que barulho volta como e-book, e assim como foi nosso primeiro título impresso, é também nosso primeiro título eletrônico. Formato que, confessamos, ainda nos causa certo espanto acostumados que somos a tudo que diga respeito a livros de papel. Os tempos são outros, muito outros, e não faz sentido não oferecer essa nova forma de suporte para um livro e a informação que este carrega. Você já pode adquirir o e-book do livro nas plataformas de sempre, muito provavelmente, as lojas em que você costuma navegar em busca de novas leituras.

Lançaremos brevemente uma pequena tiragem em papel do livro, uma reimpressão limitada de 100 exemplares que serão vendidos apenas no site da editora. Para ser avisado da disponibilidade do livro impresso, basta cadastrar seu email na página do produto aqui, utilizando a opção “Clique aqui para ser avisado quando o produto estiver disponível”.


Deixe um comentário